sexta-feira, 27 de maio de 2011

Nove!

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Hoje chegou em minhas mãos o último livro que faltada nas “Aventuras de Sharpe” de Bernard Cornwell (aquele autor, que eu vivo falando bem de ‘crônicas saxônicas’ sabe? Então, ele mesmo). Pessoa feliz? Magina! (ironia)

Pois bem, antes que você pense algo errado. Sim, esse é um post meramente para eu me “gabar” de TER la na minha estante, arrumadinhos, os nove! (entendeu o título?!)

Você pode meramente achar que são alguns meros livros, mas se tratando de Bernard Cornwell impossível serem “meros livros”. Imagine o tanto de batalha, personagens incríveis, planos e artimanhas que não existem nessas páginas? *.* A única coisa que me deixa triste é saber que a série já é composta por mais de 20 livros e que aqui (neste país em que além de livros serem caros (eu acho caro), demoram uma vida à serem publicados). Espero eu (como brasileira, a esperança persiste) um dia poder ter TODOS eles! Se já me “gabo” de “nove!” imagine de 20…

Aproveitando o dia “eu sou a melhor”, segue abaixo fotos de minhas estantes. Como eu já disse aqui anteriormente, não tenho inúuuumeros livros, não são raros, mas para mim são os melhores!

 

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"O que é a modéstia senão uma humildade hipócrita pela qual um homem pede perdão por ter as qualidades e os méritos que os outros não tem!"

Arthur Schopenhauer

domingo, 22 de maio de 2011

Parede de Escudos – Parte 2

 

Bernard Cornwell é um dos mais importantes escritores britânicos da atualidade, já foi traduzido para mais de 16 línguas. Seus romance alcançaram rapidamente o topo das listas de mais vendidos em vários países, com mais de quatro milhões de exemplares comercializados em todo o mundo. Cornwell atualmente coleciona mapas e dedica-se a pesquisa sobre conflitos famosos.

Nasceu em Londres, em 23 de fevereiro de 1944. Seu pai era um aviador canadense; sua mãe, inglesa, era auxiliar da Força Aérea Britânica. Foi entregue para adoção e criado em Essex pela família Wiggins, que era parte da Peculiar People (Pessoas Peculiares), uma rígida seita Protestante que bania qualquer tipo de frivolidade e até mesmo a medicina. Mesmo assim foi enviado para a Escola Monkton Combe, ingressou na Universidade de Londres e depois de se formar trabalhou para a rede de televisão BBC por 10 anos. Começou como pesquisador no programa Nationwide e terminou como Chefe de Assuntos Televisivos Atuais da BBC na Irlanda do Norte. Foi enquanto trabalhava em Belfast que ele conheceu Judy, uma americana que estava visitando o país, e por quem se apaixonou e se casou em 1980, estando juntos até hoje.

Judy não podia ficar na Inglaterra por questões familiares, então Cornwell se mudou para o país natal dela, os Estados Unidos. Depois de ter o Green Card negado, começou a escrever romances, já que esse tipo de trabalho não precisava da permissão do governo americano

Crônicas Saxônicas – Livro II

 

   Título: O Cavaleiro da Morte

   Autor: Bernard Cornwell

   Editora: Record

   Número de Páginas: 391

   Valor: R$ 34,90

 

 

 

Sinopse: "O Cavaleiro da Morte" é um belíssimo relato de lealdades divididas, amor relutante e heroísmo desesperado. O livro começa no dia seguinte aos eventos de O último reino, primeiro volume da série.
São tempos terríveis para os saxões. Derrotados pelos vikings, Alfredo e seus seguidores sobreviventes procuram refúgio em Æthelingæg, a região a que ficou reduzido o reino de Alfredo. Aí, encobertos pela neblina, viajam em pequenos barcos entre as ilhas na esperança de se reagruparem, e encontrarem mais apoio.
Ao reunir o Grande Exército, os vikings têm apenas uma ambição: conquistar Wessex. Quando atacam em uma escuridão impiedosa, Uhtred se vê surpreendentemente do lado de Alfredo. Aliados improváveis: um rei cristão devoto e um pagão que vive da espada. Alfredo é um erudito; Uhtred, um guerreiro cheio de arrogância. No entanto, a desconfortável aliança é forjada e os conduzirá dos pântanos para a colina íngreme, onde o último exército saxão lutará pela existência da Inglaterra.

Eu significava pouco para Alfredo. Ele tinha uma quantidade de grandes senhores em Wessex, ao passo que do outro lado da fronteira, em Mércia, havia outros senhores e thegns que viviam sob domínio dinamarquês, mas que lutariam por Wessex se Alfredo lhes desse oportunidade. Todos esses grandes homens podiam lhe trazer soldados, podiam reunir espadas e lanças para o estandarte do dragão de Wessex, ao passo que eu só podia lhe trazer minha espada, Bafo de Serpente. Certo, eu era um senhor, mas da distante Nortúmbria, e não liderava homens, de modo que meu único valor para ele estava distante no futuro. Eu ainda não entendia isso. Com o tempo, à medida que o governo de Wessex se espalhou para o norte, meu valor cresceu, mas na época, em 877, quando eu era um rapaz raivoso de 20 anos, não conhecia nada além de minhas próprias ambições.”

Continuação de “O último Reino”, a segunda aventura da Série “Crônicas Saxônicas” é tão bom quanto o primeiro livro. O personagem principal Uhtred, no primeiro cheio de faces e uma criança se torna homem, ou melhor, um guerreiro, e junto crescem seu ódio, sua sede de vingança, sua sede de sangue se tornam cada vez mais reais.

“O Cavaleiro da Morte” a continuação da grande batalha travada na Inglaterra do século IX, quando a grande ilha saxã foi invadida pelos bárbaros vikings, com seus navios e guerreiros prontos para o combate, acompanhando a ascensão e formação do reino da Inglaterra sob o comando de Alfredo o Grande, um rei com quem Uthred tem uma relação estranha, coberta de um ódio contido. Depois de Uhtred perder tudo o que os unia aos dinamarqueses, e de ficar como refém de seus “inimigos”, batalhas são traçadas e as peças são movidas pelo destino. E é justamente graças ao destino que ele tem que tomar a decisão mais difícil de sua vida: se aliar à um rei que odeia ou se juntar aos Dinamarqueses vikings que ele ama como se fosse sua família (mas que na teoria são seus inimigos)

Algo sempre me “intrigou” na série foi à forma como os personagens que eu gosto morrem, isso parece ser algo negativo no livro? De forma alguma, é algo que o faz ser melhor ainda. Cada morte é uma reviravolta, e cada reviravolta é um novo fôlego. No primeiro morreu Ragnar, e neste morre Leofric (você nem leu o livro e eu já estou contando quem morreu? Ra Ra! Quem mandou ler), mas principalmente me lamentei por Iseult, pois imaginava que ela seria e mulher perfeita para um guerreiro que se preze

Cornwell continua a conduzir de forma magistral e apresenta situações realmente avassaladoras a cada momento, seus relatos de cada batalha com suas paredes de escudos são impressionantes. Tão bem escrito quando o anterior

Impossível não continuar a ler "crônicas saxônicas" e mais impossível ainda não desejar de Cornwell tenha vida longa.

domingo, 8 de maio de 2011

O Pássaro Raro

 

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   Título: O Pássaro Raro

   Autor: Gaarder, Jostein

   Editora: Cia das Letras

   Categoria: Literatura Estrangeira / Contos e Crônicas

   Número de Paginas : 208

   Valor: R$ 32,00

 

 

Sinopse: Num futuro distante, uma fantástica invenção tecnológica permite ao homem sintonizar um ponto no espaço e no tempo e, a partir daí, revisitar toda a história coletiva e individual da humanidade. Numa cidade da Noruega, um diagnóstico médico faz um homem robusto demolir uma loja de porcelanas e leva uma jovem mulher a um inesperado encontro com Buda. Personagens de um romance se revoltam, perguntando-se não apenas se eles existem mesmo, mas se existe de fato um autor. Encontros e desencontros amorosos conduzem um casal de namorados a Roma e a um destino marcado por trágicas coincidências. Eis as linhas gerais de algumas das dez narrativas que compõem O pássaro raro, livro de estréia de Jostein Gaarder, publicado em 1986. Todas elas tratam de pessoas comuns que, arrancadas de seu dia-a-dia por um acontecimento inesperado, lançam-se à aventura do pensamento e da reflexão.

Este é um livro, que para quem conhece Jostein Gaarder, já pode ter uma boa idéia do que vem pela frente.

Escrito norueguês, autor de romances, contos e histórias filosóficas; formado em filosofia e teologia. Suas obras são repletas de temas polêmicos, filosofia, enigmas do mundo e mistérios que nos fazem pensar na vida, o que a certa e quem (o que) verdadeiramente somos. Sua obra mais conhecida e um de meus livros favoritos é “O mundo de Sofia”, baseado na história da filosofia e que como seu qualquer outro livro é ímpar e instigante.


“O mundo é louco. Ou isso — ou o mundo está em ordem e eu sou louco. Mas o que seria pior? Se o mundo é louco, então sou o único normal. Mas isso seria melhor do que se o mundo fosse normal e eu o único louco? “

Trata-se de um livro de contos, pequenas, curtas histórias, mas que contém a mesma intensidade de seus grandes romances. Gaarder brinca com o cotidiano e dilemas humanos falando de filosofia, amor, morte, cultura e entre inúmeras coisas. Inúmeras coisas estas que para quem já leu algo do autor, sabe muito bem do que se trata.

Ao terminar a leitura, não pude deixar de pensar que os livros de Gaarder evoluíram de uma forma muito relevante. De “O Pássaro Raro” ao “Mundo de Sofia” (seria o menos e mais conhecido?) tem uma grande distância em questão de diversidade de história, porém uma enorme proximidade no que diz respeito à escrita e filosofia.


Um ótimo livro para quem se intriga com mistérios da vida humana.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Parede de Escudos – Parte 1

 

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Decidi criar coragem de escrever sobre Crônicas Saxônicas, não que se precise de muita, mas no mínimo é preciso tempo e força de vontade, afinal como descrever algo indescritível?!

Começo dizendo que esta série, ou melhor, que Bernard Cornwell foi uma grande descoberta. Em que planeta eu vivia sem conhecê-lo? (essa foi à pergunta que me fiz ao terminar de ler ainda o primeiro livro). O que fazer agora? (eis o que me pergunto após terminar o quinto livro)

 

 

Já aviso, que será como uma “saga”, ou melhor, uma “Parede de Escudos” em partes (se bem que, como só eu leio mesmo, não preciso avisar). Hoje, irei escrever sobre o primeiro livro “O último Reino”. Porém de forma generalizada eu já posso te sugerir uma coisa: leia!

"A Série Crônicas Saxônicas (Saxon Stories) é uma história sobre os vikings e a Inglaterra do rei Alfredo, o Grande, vista através dos olhos de Uhtred, um garoto inglês nascido numa família aristocrata da Northumbria, que é capturado pelos vikings e passa a ter dúvidas sobre com quem está sua lealdade. O autor ainda não definiu quantos livros comporão a série. Quando perguntado por um fã sobre o assunto ele limitou-se a responder: "Não sei. Mais do que quatro e menos do que doze".

Espero que muitos ainda estejam por vir...

Esta série reúne algumas coisas que me encantam em livros: batalhas (bem descritas, detalhada, com estratégia, sangue, derrota e vitórias), capas incríveis (como você pode perceber pela foto acima as capas quando juntas formam um “desenho”), narração em primeira pessoa (algo incrivelmente com ar de “pessoal”), construção de personagens (da sua infância ao seu triunfo), romance histórico na Idade Média (claro, romance), conspirações (muohuhauha), ironia e humor (fino e inteligente), personagens de todos os tipos (desde os que você ama aos que odeia no meio tendo os engraçados e “tontos”) e mortes (você vai entender no decorrer). Tudo isso se mistura a um ótimo enredo, sangue das lutas e uma base histórica baseada em acontecimentos reais.

Toda a série de uma forma geral discute o ideal pelo qual cada ser humano luta, seja ele terra, dinheiro, amor ou fé. E é justamente no contexto da fé que entra “Deus cristão x deuses Saxões”, conflito esse sempre presente no psicológico dos personagens que influencia diretamente na história. Para Uhtred, em especial, os cristãos são hipócritas, charlatões e principalmente mentirosos.

Crônicas Saxônicas- Livro I

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   Título: O Último Reino

   Autor: Bernard Cownwell

   Editora: Record

   Número de Páginas: 362

   Valor: R$ 32,90

 

Sinopse: O Último Reino é o primeiro romance de uma série que contará a história de Alfredo, o Grande, e seus descendentes. Aqui, Cornwell reconstrói a saga do monarca que livrou o território britânico da fúria dos vikings. Pelos olhos do órfão Uthred, que aos 9 anos se tornou escravo dos guerreiros no norte, surge uma história de lealdades divididas, amor relutante e heroísmo desesperado. Nascido na aristocracia da Nortúmbria no século IX, Uthred é capturado e adotado por um dinamarquês. Nas gélidas planícies do norte, ele aprende o modo de vida viking. No entanto, seu destino está indissoluvelmente ligado a Alfred, rei de Wessex, e às lutas entre ingleses e dinamarqueses e entre cristãos e pagãos.

“(…) lembrei-me da harpa de minha infância e de como as cordas estremeciam caso apenas uma fosse tocada. (…) pareceu que minha vida era feita de cordas, que se eu tocasse uma, as outras, mesmo separadas, fariam seu som. (…)  E todas essas pessoas separadas faziam parte da minha vida, cordas tocadas na harpa de Uhtred, e mesmo estando separadas afetavam umas às outras e juntas fariam a música da minha vida.

Pensamentos bobos, disse a mim mesmo. A vida é só a vida. Vivemos, morremos, vamos para o castelo de cadáveres. Não há música, apenas acaso. “O destino é inexorável.”

Neste 1° livro, que se passa na Inglaterra cerca de 300 anos após as crônicas de Artur, somos apresentados ao inglês Untred (o narrador de toda a história) com nove anos quando é levado para sua primeira batalha por seu pai contra os dinamarqueses que vencem a luta e acolhem o garoto inimigo após a morte de seu pai e irmão e derrota de seu povo. Assim começa a história de um personagem que é jogado pelo destino em um ambiente inimigo e violento, que ama seu povo e que aprende a amar os dinamarqueses que o ensinaram tudo seja de guerra, amor, família ou como ser um homem digno.

Um personagem de sentimentos confusos que vive em tropeços e desacertos, que não sabe muito bem o que quer da vida (dúvida essa, que claro nunca tivemos) A graça de Untred esta na sua imperfeição, um homem que busca vingança e tudo aquilo que lhe foi tirado, que vê na família e nos amigos que fez nesta jornada a força para seguir adiante. Para ele, o mundo cabe na ponta de sua espada e nós somos apenas peças de um jogo do destino, um “brinquedinho” dos deuses.

O Último Reino, bem como todos os livros de Crônicas Saxônicas garante uma leitura leve e divertida, apesar de todo o sangue derramado, cheia de emoção e de batalhas tanto com espadas escudos quanto na consciência humana.

cronicasaxonicas

segunda-feira, 11 de abril de 2011

É um tolo quem não tem vontade de melhorar espiritualmente. R$ 27,00

 

    Título: Coração/Kokoro

    Autor: Natsume Soseki

    Editora: Globo

    Nº de páginas: 279

 

 

 

 

Um livro envolvente, cativante que trata com uma naturalidade e simplicidade indescritível o interior de um coração, o coração da humanidade em geral, tratando algo “indescritível” de forma simples e sublime.

Visivelmente muito bonito e com um interior de superior beleza.

...Digamos que eu deixe a interpretação para você, inteligente que é, mas acrescentarei somente uma coisa: eu desconfiava da humanidade com relação ao dinheiro, mas com relaçção ao amor não estava de todo incrédulo. Por isso, mesmo que pareça estranho para os outros, e mesmo para mim contraditório, eles coexistem tranquilamente dentro do meu coração

Pag. 183

Resumidamente, a história de um estudante que em uma viagem entcontra cum homem, o “professor” do qual se aproxima e tona-se amigo e futuro “guardador de segredos”. Ela se divide em três partes: a da amizade entre o estudante e o professor; a da relação do estudante com sua família e a história da juventude do professor, essa última contada em forma de carta escrita pelo professor.

O livro combina em si algumas coisas que particularmente gosto, capítulos curtos (o que ajudar muito minhas leituras feitas em sala de aula (aula chata combina perfeitamente com esse livro)), naração em primeira pessoa,  poucos personagens (o que é da a impressão de uma proximidade maior com eles), um bom nome, uma boa capa, um “não” final feliz e um preço acessível.

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Coração, publicando em 1914, é escrito por Natsume Soseki, respeitado romancista japonês que viveu no período do imperador Meiji, e alcançou, ainda, o início da era Taisho, testemunhando os efeitos da modernização do Japão com o fim do regime de xogunato e o começo da fase de industrialização e ocidentalização da cultura japonesa. Contexto este que influencia diretamente sua obra, podendo ser entendida como um jogo de paixões ou como uma crítica ao imperalismo japonês. Particularmente, me parece uma mistura de amores com o egoísmo da época.

A socidade e o mundo particular dos personagens servem de plano de fundo para o romance, lidando com o que cada um de tem de melhor de “podre” ao mesmo tempo. Os personagens não possuem nomes são simplesmente “eu”, “professor”, “esposa”, generalizando o individual, mas ao mesmo tempo criando uma prossimidade sem tamanho.

Enfim, um livro gostoso de se ler,  enredo cativante com temas/conflitos importantes, romance envolvente e leia! (ponto final)

domingo, 20 de março de 2011

Literalmente Consumismo Literário

 

Catalogo de cosméticos ou livraria?!

Que a Avon é uma empresa de cosméticos conhecida em todo o mundo ninguém duvida, sua capacidade de se “auto vender” é indiscutível. Mas, qual minha surpresa (ohh) ao me deparar com TANTOS livros à venda em uma única campanha, em um total são 34 livros (se não errei na conta).

Me pergunto: porque?!

Resposta (óbvia): Lucro

clip_image004Pouca gente vende tanto livro no Brasil como a fabricante de cosméticos. Mas porque as pessoas resolveram comprar livros de uma empresa de cosméticos? As livrarias estão escassas? Para alguém que mora em uma cidade sem livraria (sim, eu moro quase no fim do mundo) é fácil entender, você sempre conhece uma revendedora é só ir lá, marcar e ela entrega na sua casa, sem frete, sem dificuldade e sem ser necessário saber mexer na DIFÍCIL (ironia) internet.

Os preços dos livros vendidos nos catálogos são, em média, menores que os comercializados nas livrarias. A diferença, é que para conseguir oferecer os descontos, a empresa vende livros customizados, sem orelha, com letras um pouco menores, o que diminui também o número de páginas, além de gramatura reduzida no papel da capa. O que deixa sua qualidade um pouco a desejar, mas a relação custo x benefício é diretamente proporcional.

Analisando o “tipo” dos livros pode se perceber claramente que a grande maioria (além dos de receita) são de auto-ajuda e religioso.A auto-ajuda tornou-se uma indústria tão lucrativa que fez nascer uma espécie de linha de montagem

Seria uma busca de apoio espiritual e sucesso? Claro!

Mas será que um livro é capaz de “alimentar a alma”? Resolver todos os seus problemas? Seria livro ou “varinha mágica”? Demanda por “conhecimento”? Motivação? Ajuda?

Nada contra pessoas que gostam deste tipo de “literatura”, mas não gosto, nem os que aparentam em um passe de mágicas resolver meus problemas. Alguns livros marcaram e marcam minha vida, me trouxeram e me trazem idéias que uso como “teoria” para o dia a dia, mas só eu posso resolver meus problemas. Porém, é fácil entender o sucesso que eles fazem, em um país que a qualidade do ensino nem sempre é das melhores (para não dizer que quase nunca são boas), uma parcela desse público encontra nos livros uma forma de preencher suas lacunas de formação. Afinal, é mais fácil ler algo que sugestivamente vai te ser muito útil, de linguagem fácil e barato (porque eles são baratinhos) do que ler um Machado de Assis.

Mas quando isso irá mudar?

Talvez já esteja mudando (ou seria muito otimismo meu pensar que está?), alguns livros à venda no catálogo são ótimos. “A menina que roubava livros”, por exemplo, é um de meus livros favoritos (1 dos 9) e esta a venda a um preço super. acessível; A série “Percy Jackson e os olimpianos”, Agatha Christie, são ótimos e também estão lá. Mas será que eles fazem sucesso?

clip_image002Espero que a Avon e quem mais quiser comece a vender MUITOS livros. Eles nunca são de mais. Espero que nós brasileiros aprendamos a adquiri-los sem dizer: “nooossa, gastar com livro?!”. Espero ainda, que eles fiquem mais baratos e acessíveis à todas as classes sociais e (sim, eu sei que espero muita coisa) que aprendamos a gostar de LITERATURA. Será que é “esperar” muito?!

 

Mas enfim,

Se a Sandy faz propaganda da Devassa, Faustão pode ficar magro, Silvio Santos pobre, Dilma (“presidenta”) fazendo omelete na Ana Maria Braga para um papagaio, Tiririca no governo, porque a Avon não poderia virar livraria?

 

Quem ama inventa as coisas a que ama...
Talvez chegaste quando eu te sonhava.
Então de súbito acendeu-se a chama !
Era a brasa dormida que acordava...
E era um revôo sobre a ruinaria,
No ar atônito bimbalhavam sinos,
Tangidos por uns anjos peregrinos
Cujo dom é fazer ressurreições...
Um ritmo divino? Oh! Simplesmente
O palpitar de nossos corações
Batendo juntos e festivamente,
Ou sozinhos, num ritmo tristonho...
Ó! meu pobre, meu grande amor distante,
Nem sabes tu o bem que faz à gente
Haver sonhado... e ter vivido o sonho!

Mario Quintana

quarta-feira, 9 de março de 2011

Um Pretexto para falar de Clarice… R$ 20,00

 

 

Título: de amor e amizade (Crônicas para Jovens)

Autor: Clarice Lispector

Número de Paginas : 136

Editor: Rocco

 

 

 

 

“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.”

Coletância de textos selecionados pelo editor Pedro Karp Vasquez, crônicas de Clarice Lispector sobre Amor e Amizade. São histórias de amizades passadas, amores de uma vida toda, relacionamentos do superficial ao do fundo da alma.

Um livro bem diferente de seus romances, leve, de leitura rápida, a um preço acessível, diria que um livro bem despojado. Não gostei da capa (tenho que admitir), mas Clarice é Clarice.

Sempre achei que Clarice Lispector é o tipo de autora, que ou você ama ou odeia. Impossível ter meio termo, gostar mais ou menos, se identificar mais ou mesmo. Ou você sente o que ela escreve, ou acha tudo sem sal nem açúcar.

Não preciso nem falar que fico no grupo dos que amam Clarice Lispector, certo?

São dela as definições e confusões mais cheias de “alma” das coisas mais simples (complexas) que existem. Quem ousaria dizer que “sou um coração batendo no mundo”? Eu só ouso copiar, e tentar entender.

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de SENTIR, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca."

Clarice Lispector

 

Preciso dizer mais algo?!