sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Poema em Traços…

image

image

Descobri a existência de Kurt Halsey através de uma comunidade do Orkut (Relembrando: Orkut, aquela rede social que você costumava usar antes do “boom” do Facebook) há três anos, se não me trai a memória. Muito provavelmente você já conhece seu trabalho, mesmo  sem nunca ter ouvido seu nome.

catsdontcare[1]image

A primeira coisa que me chamou atenção em seus desenhos foi à simplicidade, a expressão tímida, a forma simples e sofisticada ao mesmo tempo.

image

Kurt Halsey Frederiksen é um artista (vegetariano) americano, que se usa de lápis, pincel e nanquim (material corante preto originário da China) para passar sentimentalismo  de uma forma leve, expressiva e charmosa. Na época do colégio ele já pintava e mais tarde formou-se em Belas Artes no Minneapolis College of Art and Design Segundo Kurt: “Influenciado pela minha mente super sensível e  perdidamente romântica, eu presto atenção demais nas pequenas coisas da vida e nas relações entre duas pessoas. Na necessidade constante de reafirmação, explicação, proximidade e atenção, minhas pinturas são feitas”

foto

    É impossível não se encantar por seus desenhos. Eles retratam sentimentos como tristeza, alegria, medo, solidão,  lembranças, mágoa e principalmente o amor, amor e os “...” que o acompanha. Alguns deles acompanhamos de uma frase deixando um clima de “pensamento no ar”. E afinal, quem nunca sentiu sentimento algum não vive! (ênfase no ponto de exclamação)

    Particularmente falando, o meu preferido é o que se encontra como imagem no “quem sou eu” deste blog. Ter vagalumes na cabeça é uma expressão genial para algo sem explicação. Ou seja, é uma forma simples de descrever em traços o emaranhado de coisas, idéias, sonhos, desenhos e “…” que existem dentro da minha mente. Como um vagalume guardado em um potinho, minha “desorganização mental” guardada na minha cabeça.

     

    Pelo site oficial “http://www.kurthalsey.com” pode se conferir o trabalho e até comprar algumas coisinhas (consumismo se manifestando), que vão desde pinturas, quadros até calendários, colares, bolsas, camisetas.

    quarta-feira, 7 de setembro de 2011

    Ouvir Estrelas. Por R$ 0,00

     

    fe Na minha infância e antes de começar a trabalhar e ter dinheiro para comprar meus livros, o único livro que habitava minha residência era um de poemas de Olavo Bilac. Meus pais, como a maioria de sua geração aqui do interior, que vivia na roça não tiveram a oportunidade de estudar (o que não significa que não sejam inteligentes cada um a sua maneira). Por isso, talvez, a minha casa nunca foi repleta de livros, mas o Olavo estava lá, o tempo todo.

    untitledgr

    Com suas páginas amareladas e quase caindo este livro sempre me intrigou, isolado no seu canto ele sempre foi “algo a mais”. Antes mesmo de eu “pegar” gosto pela leitura, ele ficava lá no fundo de uma gaveta, perdido em algum armário, mas sempre esteve por perto (e nunca em silencio)

    Um poema em especial me chamava à atenção, “Ouvir estrelas”:

     

    "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
    Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
    Que, para ouvi-las muita vez desperto
    E abro as janelas, pálido de espanto...

    E conversamos toda noite, enquanto
    A Via Láctea, como um pálio aberto,
    Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto,
    Inda as procuro pelo céu deserto.


    Direis agora: "Tresloucado amigo!
    Que conversas com elas? Que sentido
    Tem o que dizes, quando não estão contigo?"


    E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
    Pois só quem ama pode ter ouvido
    Capaz de ouvir e de entender estrelas".

     

    Estrelas. Cada pessoa tem sua própria opinião para o que elas são, representam ou alguns nem notam sua presença. Para mim, (se não se quer saber o que acho delas, o que esta fazendo aqui?!) as estrelas são incríveis, algo mágico. Eu sei que é muito “romantismo” de minha parte dizer que elas são mágicas, mas o que vou fazer se são mesmo? Amai para entendê-las!

    Pensar que acima de mim, pode existir algo de tão brilhante, tão enigmático e cintilante e que perto de tantas e tantas eu sou apenas mais um pontinho por aí.

    E você, o que ouve das Estrelas?

     

    domingo, 21 de agosto de 2011

    Ser chamado de Sr. por R$ 35,90

     

    Sinopse: Segundo episódio da série As aventuras de Sharpe conta a história do jovem Richard Sharpe, no ano de 1803, na Índia. Já com a insígnia de sargento, Sharpe se vê no meio de um episódio de traição quando um oficial inglês amargurado une-se às forças mercenárias da Confederação Mahratta, determinado a expulsar os britânicos do continente asiático. Ocorre então a sangrenta Batalha de Assaye. Jurando caçar o vira-casaca, Sharpe mergulha de cabeça na violenta batalha, acompanhado por Sir Arthur Wellesley, na luta mais feroz de sua carreira. A série As aventuras de Sharpe volta o olhar para a ocupação britânica da Índia e o Imperialismo europeu serve de base para uma saga que se estende por mais de vinte volumes com o jovem Richard Sharpe - recruta analfabeto a serviço de Sua Majestade - como herói.

     

    Triunfo de Sharpe, O: As Aventuras de Sharpe - vol. 2

     

    Título: O Triunfo de Shape

    Autor: Bernard Cornwell

    Editora: Record

    Número de Páginas: 406

    Preço: R$ 35,90

     

     

     

    O livro se inicia quatro anos após o término do anterior (O tigre de Sharpe), Richard Sharpe vive bem, como sargento, de uma forma bem tranqüila. A “emoção” começa quando acontece uma emboscada comandada por Dodd e Sharpe é o único sobrevivente que finjiu estar morto.

    Dodd, traidor do exército britânico, (para mim) é de longe o melhor personagem do livro, em alguns momentos superando o próprio protagonista. Ele tem a “vivacidade” em sim, quer matar, quer conquistar, quem lutar e faz o que quer que seja para vencer. Mas não vence (ainda).

    Uma coisa me intrigou muito no livro: porque Hakeswill sobreviveu aos tigres? (se você leu o livro sabe do que estou falando, se não, pense na indignação de ver alguém ser jogado aos tigres e sobreviver.) Isso me pareceu demais até para Bernard.Richard Sharpe, não é um personagem que ama a guerra, a luta, o sangue, mas que quando se vê obrigado a lutar, mas isso se faz com uma voracidade impressionante, as lutas são descritas com detalhes que faz com que se “veja” a sua rapidez. Sua maior guerra é no dia a dia, não com os inimigos da frente de uma batalha e sim com os “colegas” do próprio regimento.

    A meu ver, “O Triunfo de Sharpe” não mantêm o mesmo nível de empolgação com qual a série começou. O livro traz, como todo livro de Bernard relatos históricos de detalhes incríveis e guerras encantadoras (sim, acho guerras na ficção encantadoras), tudo isso é uma mistura perfeita para gerar empolgação, mas nem sempre é o que acontece.

     

    “— A guerra é uma coisa muito curiosa, senhor — disse Sharpe.

    — E você gosta dela? — perguntou Sevajee.

    — Não sei exatamente, senhor. Não vi muita guerra. — Uma breve

    escaramuça em Flanders, a vitória rápida em Malavelly, o caos na queda de  Seringapatam, o horror de Chasalgaon e a escalada feroz de hoje, essa era toda a  experiência de Sharpe com a guerra. Sharpe juntou todas essas lembranças e  tentou extrair delas algum padrão que lhe dissesse como deveria reagir quando a  próxima onda de violência explodisse em sua vida. Pensava que gostava da guerra, mas estava vagamente cônscio de que talvez não gostasse.

    — E o senhor? — perguntou a Sevajee.

    — Eu amo a guerra, sargento — foi a resposta simples do indiano.”

    sexta-feira, 12 de agosto de 2011

    Morte ou Glória! Por R$ 43,90 (As aventuras de Sharpe)

    image

     

       Título: O Tigre de Sharpe

       As aventuras de Sharpe – vol. 1

       Autor: Bernard Cornwell

       Editora: Record

       Número de Páginas: 402

       Preço: R$ 43,90

     

    Sinopse: Em "O Tigre de Sharpe", Cornwell volta o olhar para a ocupação britânica da Índia. O Imperialismo europeu serve de base para uma aventura que se estende por mais de vinte volumes com o jovem Richard Sharpe - recruta analfabeto a serviço de Sua Majestade - como herói. Integrante de uma expedição enviada para derrubar o sultão Tipu e expulsar os franceses da Índia, Sharpe luta as mais incríveis batalhas. Neste primeiro volume da série, Sharpe, fingindo-se de desertor, deve penetrar a cidade do sultão e fazer contato com um espião escocês aprisionado. Se for bem-sucedido, ganhará suas divisas de sargento. Se fracassar, será entregue aos cruéis executores de Tipu ou aos seus tigres devoradores de homens. Neste mundo exótico e misterioso, um passo em falso significa a morte. A situação se complica ainda mais quando Sharpe descobre que deve lutar contra seus velhos camaradas para salvar o próprio pescoço. E ao mesmo tempo em que executa sua missão, Sharpe fica de olhos abertos.

    “O Tigre de Sharpe” é o primeiro volume da série “As Aventuras de Sharpe” de Bernard Cornweel, autor conhecido e consagrado por seus romances históricos como “As crônicas de Artur” e “Crônicas Saxônicas” (meus favoritos).image

    O livro se passa durante a ocupação britânica da Índia, o personagem principal é analfabeto e ambicioso integrante de uma expedição enviada para derrubar o sultão Tipu (o cheio de jóias e Tigres). As batalhas do livro são incríveis e seus mínimos detalhes fazem com que ela pareça real.

    Richard Sharpe é um herói humano, tem defeitos, consegue achar sorte em seu azar, busca a glória, subir na vida e aceita qualquer oportunidade que tenho para isso, mesmo que as chances de sair vivo sejam insignificantes.

     

    “Sharpe empertigou-se e sorriu para Tipu.

    — Bastardo — disse ele, vendo o brilho de luz refletida no rubi no capacete de seu inimigo. — Bastardo — repetiu.

    Restava a Sharpe um mosquete. Tipu estava empunhando um rifle. Sharpe caminhou à frente.

    Tipu reconheceu as feições severas na escuridão. Sorriu. O destino era realmente estranho, pensou. Por que não matara este homem quando tivera oportunidade? Atrás dele, sua guarda pessoal estava morrendo e os casacas vermelhas vitoriosos saqueavam seus corpos, enquanto à sua frente se abriam a liberdade e a vida, exceto pelo único homem a quem Tipu oferecera misericórdia. O único homem.”

     

    Sharpe consegue a Glória final, das jóias de um morto.

    domingo, 31 de julho de 2011

    “O auto corre. Eugênio sofre. As estrelas cintilam.” Por R$ 31,90

     

    Título: Olhai os lírios do campo

    Autor: Erico Verissimo

    Editora: Companhia das letras

    Número de páginas: 288

    Preço: R$ 31,90 (se você não tiver alguém que te dê de presente)

     

    “Olhai os lírios do campo”, foi uma surpresa para mim. Literalmente. Ganhei de uma pessoa a quem quero muito bem e que tem um ótimo gosto literário. Gosto literário este, que adora Erico Verissimo e que me fez descobrir o quanto ele é realmente bom.

    Desde as primeiras páginas pude perceber como é fácil gostar de Erico, do seu jeito simples, de suas entrelinhas, de seus personagens que insistem em dizer “eu tenho um pouco de você” e de tantas outras coisas que me fizeram concluir que não somente o livro é excelente, mas o autor de uma grandiosidade infinita.

    “...Se naquele instante - refletiu Eugênio - caísse na Terra um habitante de Marte, havia de ficar embasbacado ao verificar que num dia tão maravilhosamente belo e macio, de sol tão dourado,os homens em sua maioria estavam metidos em escritórios, oficinas, fábricas... E se perguntasse a qualquer um deles: "Homem, por que trabalhas com tanta fúria durante todas as horas de Sol?" - Ouviria esta resposta singular: "Para ganhar a vida". E no entanto a vida ali estava a se oferecer toda, numa gratuidade milagrosa. Os Homens viviam tão ofuscados por desejos ambiciosos que nem sequer davam por ela. Nem com todas as conquistas da inteligência tinham descoberto um meio de trabalhar menos e viver mais. Agitavam-se na terra e não se conheciam uns aos outros, não se amavam como deviam. A competição os transformava em inimigos.”

    image Lançado em 1938, o livro narra a história de Eugênio, sua “luta” pessoal para tentar “ser alguém” e a trajetória de suas idéias iniciais que dinheiro é a fonte de felicidade a indivíduo seguro de si e aceitar seu verdadeiro eu (olha que coisa profunda). Os personagens são a grandiosidade do livro, nenhum deles é totalmente bom ou ruim, nenhum deles, é vilão ou mocinha, são todos simplesmente (complexamente) humanos. Humanos estes, no sentido mais vil da palavra, com aqueles que acreditam na magia das estrelas e aqueles que querem construir edifícios tão grandes quanto à altura delas.

    Eugênio Fontes, o personagem principal, médico pessimismo, pais pobres, e mentalidade de “rico” que não se contentava com seu “destino” e por isso queria traçá-lo da sua maneira, através de relações sociais, esse personagem me causava repugnância por algumas de suas atitudes, como quando ele jovem caminha pela rua com um “amigo de alto nível” e esnoba seu “pai de baixo nível” ao vê-lo passar. Mas será que eu nunca esnobei alguém? Nunca senti vergonha de alguém? Nunca achei alguém inferior a mim? Não seria eu, um pouco como Eugênio? Na faculdade, conhece Olívia, doce, sonhadora e pessoa de fé. Futura mãe de sua filha, no início o romance (a meu ver) carece de “amor”, mas na verdade, ele tem excesso de amor, mas sem suas pieguices de “seremos felizes para sempre”. Ela é um contrapeso perfeito para Eugênio e seus defeitos, pois ela mais do que ninguém acredita nele e no ser humano que existe dentro dele, que nem ele conhece. Olívia tem uma peculiaridade com a qual eu me identifico muito: as estrelas. Mas será que eu acredito tanto quanto “deveria” que aconteça o que acontecer, estão lá em seu lugar? Será que tenho otimismo o suficiente para acreditar que a “vida é bela”? (para quem me conhece, essa frase não é nada estranha). Porém, por razões de conveniência e interesse, o personagem principal se casa com Eunice, pessoa rica de dinheiro e de futilidade. Mas será que eu nunca vesti uma roupa da moda, e fiquei tão fútil quanto ela? Será que valorizo aparências?

    O meu personagem principal, ou melhor, os meus personagens principais são: Ângelo e Anamaria.

    Ângelo, pai de Genoca (Eugênio), de uma simplicidade, humildade, calma e que aceita sua vida exatamente do jeito que é a ambição não lhe fazia falta, a malícia não lhe fazia falta. Ele tinha tudo o que precisava para ser feliz, e ponto final.

    Anamaria (uma fofura!) filha de Eugênio e Olívia, uma mistura perfeita entre eles, possui a doçura da mãe e a “vontade de coisas" do pai. “Que é que tu me trouxe? E o meu presente?”

    Enfim, o livro mostra as duas vertentes da humanidade: os que passam por tudo e todos para chegar ao “topo” e aos que se importam com coisas simples e com o próximo. Ainda existe esperança para o mundo? Ainda é possível se encontrar no meio de tanta coisa ruim acontecendo? Até que ponto nos deixamos levar por ambição? Perguntas como estas, são aparentemente piegas e do tipo “vamos dar as mãos e salvar o mundo”, mas na verdade são as feridas que tem de ser pensadas e não esquecidas. Um livro para se ler e sentir.

     

    “Mas um sonho deixa de ser apenas um sonho no dia em que alguém o realiza.”

    quarta-feira, 13 de julho de 2011

    Quando um vampiro se apaixona por uma elefante…

    “Não falo muito sobre esses dias, nunca falei. Eu tinha medo de deixar escapar alguma coisa. Eu sabia como era importante guardar o segredo dela e de fato o guardei. – pelo resto da sua vida e depois. Em 70 anos nunca o revelei a ninguém.
    Só me resta passar o tempo esperando o inevitável, observando os fantasmas do meu passado se agitarem em volta do meu presente insignificante. Eles se chocam e se esbarram à vontade, principalmente por não haver nenhuma resistência. Parei de lutar conta eles.Neste momento, eles estão se agitando ao meu redor.Sintam-se a vontade, rapazes. Fiquem mais um pouco. Ah, desculpem - vocês já estão à vontade. Malditos fantasmas."

      image

       Título: Água para elefantes

       Autora: Sara Gruen

       Editora: Sextante

       Número de Páginas: 272

       Preço: R$ 19,90

     

     

     

    Sinopse: Aos 23 anos, Jacob era um estudante de veterinária. Mas sua sorte muda quando seus pais morrem num acidente de carro. Órfão, sem dinheiro e sem ter para onde ir, ele deixa a faculdade antes de prestar os exames finais e acaba pulando em um trem em movimento - o Esquadrão Voador do circo Irmãos Benzini, o Maior Espetáculo da Terra. Admitido para cuidar dos animais, Jacob sofrerá nas mãos do Tio Al, o empresário tirano do circo, e de August, o ora encantador, ora intratável chefe do setor dos animais. É também sob as lonas dos Irmãos Benzini que Jacob vai se apaixonar duas vezes: primeiro por Marlena, a bela estrela do número dos cavalos e esposa de August, e depois por Rosie, a elefanta aparentemente estúpida que deveria ser a salvação do circo.

    Água para Elefantes” alterna histórias dos circos norte-americanos da década de 30 e a velhice de seu personagem principal, aonde em sua casa de repouso conta seus pensamentos e “esquecimentos”. Ao terminar de ler, a minha palavra que veio a minha mente foi “adorável”. Um livro que mistura sentimentos na medida certa, sem que nenhum deles se torne “piegas”.

    A narração fica por conta do personagem principal, Jacob, que se encontra com “90 ou 93 anos” (nem ele lembra) em uma casa de repouso que enquanto narra suas aventuras no circo vai se tornando amável. A autora, foi muito feliz na escolha de como conta a história, pois ao mesmo tempo somos apresentados a um jovem, aprendendo a lidar com as revoltas e dificuldades da vida, encontrando seus amores (Rosie, a elefante, e Marlena), e um velho, aparentemente rabugento, com toda sua solidão, ainda amor pela mesma mulher (já falecida) e o mesmo encantamento pelo circo.

    image

    A história é muito bem escrita pela canadense Sara Gruen, uma narrativa ágil e atraente. Há quem diga que seu estilo lembra Nicholas Sparks e tenho que concordar, pois além de autor de meus romances prediletos como “Querido John” e “Diário de uma Paixão”, Nicholas é muito feliz em seus finais, trágicos na medida certa. Sara Gruen e Nicholas Sparks, sabem fazer romances com “açúcar” no ponto, com pontos bem ligados.

    “Água para Elefantes” tem tudo para ser um bom livro: um bom título, um contexto interessante (o mundo do circo), romance, tramóias, intrigas, tem até um velho ranzinza (acredite, isso pode ser legal) e uma elefante! Exceto... pela capa!

    O livro, aqui no Brasil, pode ser encontrado em duas versões (até onde

    eu sei)

    image

    Quem teve a brilhante idéia de que quando fazem um filme, que pode até ser bom (não assisti), mas porque fazer disso a capa do livro?? Esta por sua vez (>>>) é muito mais interessante e inteligente do que a que você encontra no começo deste post. Você já deve ter percebido qual eu tive a sorte (ironia) de encontrar para compra, não?!

     

    Enfim, leia o livro!

    o/

    quinta-feira, 30 de junho de 2011

    Algo escrito por mim…

    035

    Algo escrito por mim

    Monografia = tratado acerca de um só assunto

    Longe de ser algo literário, algo que alguém vá ler com prazer (se é que alguém além da banca de professores irá ler), e ainda muito longe de ser algo que revolucione o mundo.

    Qual o valor de algo escrito por mim???

    Não sei, só sei que é algo importante o suficiente para me fazer concluir a graduação (algo obrigatório).

    E sim, existe vida após monografia.

    E sim, existe recompensa: nota 10!

    \o/

    sexta-feira, 27 de maio de 2011

    Nove!

    livros 004

    Hoje chegou em minhas mãos o último livro que faltada nas “Aventuras de Sharpe” de Bernard Cornwell (aquele autor, que eu vivo falando bem de ‘crônicas saxônicas’ sabe? Então, ele mesmo). Pessoa feliz? Magina! (ironia)

    Pois bem, antes que você pense algo errado. Sim, esse é um post meramente para eu me “gabar” de TER la na minha estante, arrumadinhos, os nove! (entendeu o título?!)

    Você pode meramente achar que são alguns meros livros, mas se tratando de Bernard Cornwell impossível serem “meros livros”. Imagine o tanto de batalha, personagens incríveis, planos e artimanhas que não existem nessas páginas? *.* A única coisa que me deixa triste é saber que a série já é composta por mais de 20 livros e que aqui (neste país em que além de livros serem caros (eu acho caro), demoram uma vida à serem publicados). Espero eu (como brasileira, a esperança persiste) um dia poder ter TODOS eles! Se já me “gabo” de “nove!” imagine de 20…

    Aproveitando o dia “eu sou a melhor”, segue abaixo fotos de minhas estantes. Como eu já disse aqui anteriormente, não tenho inúuuumeros livros, não são raros, mas para mim são os melhores!

     

     SAM_0052 SAM_0046

     

    "O que é a modéstia senão uma humildade hipócrita pela qual um homem pede perdão por ter as qualidades e os méritos que os outros não tem!"

    Arthur Schopenhauer

    domingo, 22 de maio de 2011

    Parede de Escudos – Parte 2

     

    Bernard Cornwell é um dos mais importantes escritores britânicos da atualidade, já foi traduzido para mais de 16 línguas. Seus romance alcançaram rapidamente o topo das listas de mais vendidos em vários países, com mais de quatro milhões de exemplares comercializados em todo o mundo. Cornwell atualmente coleciona mapas e dedica-se a pesquisa sobre conflitos famosos.

    Nasceu em Londres, em 23 de fevereiro de 1944. Seu pai era um aviador canadense; sua mãe, inglesa, era auxiliar da Força Aérea Britânica. Foi entregue para adoção e criado em Essex pela família Wiggins, que era parte da Peculiar People (Pessoas Peculiares), uma rígida seita Protestante que bania qualquer tipo de frivolidade e até mesmo a medicina. Mesmo assim foi enviado para a Escola Monkton Combe, ingressou na Universidade de Londres e depois de se formar trabalhou para a rede de televisão BBC por 10 anos. Começou como pesquisador no programa Nationwide e terminou como Chefe de Assuntos Televisivos Atuais da BBC na Irlanda do Norte. Foi enquanto trabalhava em Belfast que ele conheceu Judy, uma americana que estava visitando o país, e por quem se apaixonou e se casou em 1980, estando juntos até hoje.

    Judy não podia ficar na Inglaterra por questões familiares, então Cornwell se mudou para o país natal dela, os Estados Unidos. Depois de ter o Green Card negado, começou a escrever romances, já que esse tipo de trabalho não precisava da permissão do governo americano

    Crônicas Saxônicas – Livro II

     

       Título: O Cavaleiro da Morte

       Autor: Bernard Cornwell

       Editora: Record

       Número de Páginas: 391

       Valor: R$ 34,90

     

     

     

    Sinopse: "O Cavaleiro da Morte" é um belíssimo relato de lealdades divididas, amor relutante e heroísmo desesperado. O livro começa no dia seguinte aos eventos de O último reino, primeiro volume da série.
    São tempos terríveis para os saxões. Derrotados pelos vikings, Alfredo e seus seguidores sobreviventes procuram refúgio em Æthelingæg, a região a que ficou reduzido o reino de Alfredo. Aí, encobertos pela neblina, viajam em pequenos barcos entre as ilhas na esperança de se reagruparem, e encontrarem mais apoio.
    Ao reunir o Grande Exército, os vikings têm apenas uma ambição: conquistar Wessex. Quando atacam em uma escuridão impiedosa, Uhtred se vê surpreendentemente do lado de Alfredo. Aliados improváveis: um rei cristão devoto e um pagão que vive da espada. Alfredo é um erudito; Uhtred, um guerreiro cheio de arrogância. No entanto, a desconfortável aliança é forjada e os conduzirá dos pântanos para a colina íngreme, onde o último exército saxão lutará pela existência da Inglaterra.

    Eu significava pouco para Alfredo. Ele tinha uma quantidade de grandes senhores em Wessex, ao passo que do outro lado da fronteira, em Mércia, havia outros senhores e thegns que viviam sob domínio dinamarquês, mas que lutariam por Wessex se Alfredo lhes desse oportunidade. Todos esses grandes homens podiam lhe trazer soldados, podiam reunir espadas e lanças para o estandarte do dragão de Wessex, ao passo que eu só podia lhe trazer minha espada, Bafo de Serpente. Certo, eu era um senhor, mas da distante Nortúmbria, e não liderava homens, de modo que meu único valor para ele estava distante no futuro. Eu ainda não entendia isso. Com o tempo, à medida que o governo de Wessex se espalhou para o norte, meu valor cresceu, mas na época, em 877, quando eu era um rapaz raivoso de 20 anos, não conhecia nada além de minhas próprias ambições.”

    Continuação de “O último Reino”, a segunda aventura da Série “Crônicas Saxônicas” é tão bom quanto o primeiro livro. O personagem principal Uhtred, no primeiro cheio de faces e uma criança se torna homem, ou melhor, um guerreiro, e junto crescem seu ódio, sua sede de vingança, sua sede de sangue se tornam cada vez mais reais.

    “O Cavaleiro da Morte” a continuação da grande batalha travada na Inglaterra do século IX, quando a grande ilha saxã foi invadida pelos bárbaros vikings, com seus navios e guerreiros prontos para o combate, acompanhando a ascensão e formação do reino da Inglaterra sob o comando de Alfredo o Grande, um rei com quem Uthred tem uma relação estranha, coberta de um ódio contido. Depois de Uhtred perder tudo o que os unia aos dinamarqueses, e de ficar como refém de seus “inimigos”, batalhas são traçadas e as peças são movidas pelo destino. E é justamente graças ao destino que ele tem que tomar a decisão mais difícil de sua vida: se aliar à um rei que odeia ou se juntar aos Dinamarqueses vikings que ele ama como se fosse sua família (mas que na teoria são seus inimigos)

    Algo sempre me “intrigou” na série foi à forma como os personagens que eu gosto morrem, isso parece ser algo negativo no livro? De forma alguma, é algo que o faz ser melhor ainda. Cada morte é uma reviravolta, e cada reviravolta é um novo fôlego. No primeiro morreu Ragnar, e neste morre Leofric (você nem leu o livro e eu já estou contando quem morreu? Ra Ra! Quem mandou ler), mas principalmente me lamentei por Iseult, pois imaginava que ela seria e mulher perfeita para um guerreiro que se preze

    Cornwell continua a conduzir de forma magistral e apresenta situações realmente avassaladoras a cada momento, seus relatos de cada batalha com suas paredes de escudos são impressionantes. Tão bem escrito quando o anterior

    Impossível não continuar a ler "crônicas saxônicas" e mais impossível ainda não desejar de Cornwell tenha vida longa.

    domingo, 8 de maio de 2011

    O Pássaro Raro

     

    clip_image001

       Título: O Pássaro Raro

       Autor: Gaarder, Jostein

       Editora: Cia das Letras

       Categoria: Literatura Estrangeira / Contos e Crônicas

       Número de Paginas : 208

       Valor: R$ 32,00

     

     

    Sinopse: Num futuro distante, uma fantástica invenção tecnológica permite ao homem sintonizar um ponto no espaço e no tempo e, a partir daí, revisitar toda a história coletiva e individual da humanidade. Numa cidade da Noruega, um diagnóstico médico faz um homem robusto demolir uma loja de porcelanas e leva uma jovem mulher a um inesperado encontro com Buda. Personagens de um romance se revoltam, perguntando-se não apenas se eles existem mesmo, mas se existe de fato um autor. Encontros e desencontros amorosos conduzem um casal de namorados a Roma e a um destino marcado por trágicas coincidências. Eis as linhas gerais de algumas das dez narrativas que compõem O pássaro raro, livro de estréia de Jostein Gaarder, publicado em 1986. Todas elas tratam de pessoas comuns que, arrancadas de seu dia-a-dia por um acontecimento inesperado, lançam-se à aventura do pensamento e da reflexão.

    Este é um livro, que para quem conhece Jostein Gaarder, já pode ter uma boa idéia do que vem pela frente.

    Escrito norueguês, autor de romances, contos e histórias filosóficas; formado em filosofia e teologia. Suas obras são repletas de temas polêmicos, filosofia, enigmas do mundo e mistérios que nos fazem pensar na vida, o que a certa e quem (o que) verdadeiramente somos. Sua obra mais conhecida e um de meus livros favoritos é “O mundo de Sofia”, baseado na história da filosofia e que como seu qualquer outro livro é ímpar e instigante.


    “O mundo é louco. Ou isso — ou o mundo está em ordem e eu sou louco. Mas o que seria pior? Se o mundo é louco, então sou o único normal. Mas isso seria melhor do que se o mundo fosse normal e eu o único louco? “

    Trata-se de um livro de contos, pequenas, curtas histórias, mas que contém a mesma intensidade de seus grandes romances. Gaarder brinca com o cotidiano e dilemas humanos falando de filosofia, amor, morte, cultura e entre inúmeras coisas. Inúmeras coisas estas que para quem já leu algo do autor, sabe muito bem do que se trata.

    Ao terminar a leitura, não pude deixar de pensar que os livros de Gaarder evoluíram de uma forma muito relevante. De “O Pássaro Raro” ao “Mundo de Sofia” (seria o menos e mais conhecido?) tem uma grande distância em questão de diversidade de história, porém uma enorme proximidade no que diz respeito à escrita e filosofia.


    Um ótimo livro para quem se intriga com mistérios da vida humana.

    sexta-feira, 22 de abril de 2011

    Parede de Escudos – Parte 1

     

    clip_image002

    Decidi criar coragem de escrever sobre Crônicas Saxônicas, não que se precise de muita, mas no mínimo é preciso tempo e força de vontade, afinal como descrever algo indescritível?!

    Começo dizendo que esta série, ou melhor, que Bernard Cornwell foi uma grande descoberta. Em que planeta eu vivia sem conhecê-lo? (essa foi à pergunta que me fiz ao terminar de ler ainda o primeiro livro). O que fazer agora? (eis o que me pergunto após terminar o quinto livro)

     

     

    Já aviso, que será como uma “saga”, ou melhor, uma “Parede de Escudos” em partes (se bem que, como só eu leio mesmo, não preciso avisar). Hoje, irei escrever sobre o primeiro livro “O último Reino”. Porém de forma generalizada eu já posso te sugerir uma coisa: leia!

    "A Série Crônicas Saxônicas (Saxon Stories) é uma história sobre os vikings e a Inglaterra do rei Alfredo, o Grande, vista através dos olhos de Uhtred, um garoto inglês nascido numa família aristocrata da Northumbria, que é capturado pelos vikings e passa a ter dúvidas sobre com quem está sua lealdade. O autor ainda não definiu quantos livros comporão a série. Quando perguntado por um fã sobre o assunto ele limitou-se a responder: "Não sei. Mais do que quatro e menos do que doze".

    Espero que muitos ainda estejam por vir...

    Esta série reúne algumas coisas que me encantam em livros: batalhas (bem descritas, detalhada, com estratégia, sangue, derrota e vitórias), capas incríveis (como você pode perceber pela foto acima as capas quando juntas formam um “desenho”), narração em primeira pessoa (algo incrivelmente com ar de “pessoal”), construção de personagens (da sua infância ao seu triunfo), romance histórico na Idade Média (claro, romance), conspirações (muohuhauha), ironia e humor (fino e inteligente), personagens de todos os tipos (desde os que você ama aos que odeia no meio tendo os engraçados e “tontos”) e mortes (você vai entender no decorrer). Tudo isso se mistura a um ótimo enredo, sangue das lutas e uma base histórica baseada em acontecimentos reais.

    Toda a série de uma forma geral discute o ideal pelo qual cada ser humano luta, seja ele terra, dinheiro, amor ou fé. E é justamente no contexto da fé que entra “Deus cristão x deuses Saxões”, conflito esse sempre presente no psicológico dos personagens que influencia diretamente na história. Para Uhtred, em especial, os cristãos são hipócritas, charlatões e principalmente mentirosos.

    Crônicas Saxônicas- Livro I

    clip_image003

     

       Título: O Último Reino

       Autor: Bernard Cownwell

       Editora: Record

       Número de Páginas: 362

       Valor: R$ 32,90

     

    Sinopse: O Último Reino é o primeiro romance de uma série que contará a história de Alfredo, o Grande, e seus descendentes. Aqui, Cornwell reconstrói a saga do monarca que livrou o território britânico da fúria dos vikings. Pelos olhos do órfão Uthred, que aos 9 anos se tornou escravo dos guerreiros no norte, surge uma história de lealdades divididas, amor relutante e heroísmo desesperado. Nascido na aristocracia da Nortúmbria no século IX, Uthred é capturado e adotado por um dinamarquês. Nas gélidas planícies do norte, ele aprende o modo de vida viking. No entanto, seu destino está indissoluvelmente ligado a Alfred, rei de Wessex, e às lutas entre ingleses e dinamarqueses e entre cristãos e pagãos.

    “(…) lembrei-me da harpa de minha infância e de como as cordas estremeciam caso apenas uma fosse tocada. (…) pareceu que minha vida era feita de cordas, que se eu tocasse uma, as outras, mesmo separadas, fariam seu som. (…)  E todas essas pessoas separadas faziam parte da minha vida, cordas tocadas na harpa de Uhtred, e mesmo estando separadas afetavam umas às outras e juntas fariam a música da minha vida.

    Pensamentos bobos, disse a mim mesmo. A vida é só a vida. Vivemos, morremos, vamos para o castelo de cadáveres. Não há música, apenas acaso. “O destino é inexorável.”

    Neste 1° livro, que se passa na Inglaterra cerca de 300 anos após as crônicas de Artur, somos apresentados ao inglês Untred (o narrador de toda a história) com nove anos quando é levado para sua primeira batalha por seu pai contra os dinamarqueses que vencem a luta e acolhem o garoto inimigo após a morte de seu pai e irmão e derrota de seu povo. Assim começa a história de um personagem que é jogado pelo destino em um ambiente inimigo e violento, que ama seu povo e que aprende a amar os dinamarqueses que o ensinaram tudo seja de guerra, amor, família ou como ser um homem digno.

    Um personagem de sentimentos confusos que vive em tropeços e desacertos, que não sabe muito bem o que quer da vida (dúvida essa, que claro nunca tivemos) A graça de Untred esta na sua imperfeição, um homem que busca vingança e tudo aquilo que lhe foi tirado, que vê na família e nos amigos que fez nesta jornada a força para seguir adiante. Para ele, o mundo cabe na ponta de sua espada e nós somos apenas peças de um jogo do destino, um “brinquedinho” dos deuses.

    O Último Reino, bem como todos os livros de Crônicas Saxônicas garante uma leitura leve e divertida, apesar de todo o sangue derramado, cheia de emoção e de batalhas tanto com espadas escudos quanto na consciência humana.

    cronicasaxonicas

    segunda-feira, 11 de abril de 2011

    É um tolo quem não tem vontade de melhorar espiritualmente. R$ 27,00

     

        Título: Coração/Kokoro

        Autor: Natsume Soseki

        Editora: Globo

        Nº de páginas: 279

     

     

     

     

    Um livro envolvente, cativante que trata com uma naturalidade e simplicidade indescritível o interior de um coração, o coração da humanidade em geral, tratando algo “indescritível” de forma simples e sublime.

    Visivelmente muito bonito e com um interior de superior beleza.

    ...Digamos que eu deixe a interpretação para você, inteligente que é, mas acrescentarei somente uma coisa: eu desconfiava da humanidade com relação ao dinheiro, mas com relaçção ao amor não estava de todo incrédulo. Por isso, mesmo que pareça estranho para os outros, e mesmo para mim contraditório, eles coexistem tranquilamente dentro do meu coração

    Pag. 183

    Resumidamente, a história de um estudante que em uma viagem entcontra cum homem, o “professor” do qual se aproxima e tona-se amigo e futuro “guardador de segredos”. Ela se divide em três partes: a da amizade entre o estudante e o professor; a da relação do estudante com sua família e a história da juventude do professor, essa última contada em forma de carta escrita pelo professor.

    O livro combina em si algumas coisas que particularmente gosto, capítulos curtos (o que ajudar muito minhas leituras feitas em sala de aula (aula chata combina perfeitamente com esse livro)), naração em primeira pessoa,  poucos personagens (o que é da a impressão de uma proximidade maior com eles), um bom nome, uma boa capa, um “não” final feliz e um preço acessível.

    clip_image003

    Coração, publicando em 1914, é escrito por Natsume Soseki, respeitado romancista japonês que viveu no período do imperador Meiji, e alcançou, ainda, o início da era Taisho, testemunhando os efeitos da modernização do Japão com o fim do regime de xogunato e o começo da fase de industrialização e ocidentalização da cultura japonesa. Contexto este que influencia diretamente sua obra, podendo ser entendida como um jogo de paixões ou como uma crítica ao imperalismo japonês. Particularmente, me parece uma mistura de amores com o egoísmo da época.

    A socidade e o mundo particular dos personagens servem de plano de fundo para o romance, lidando com o que cada um de tem de melhor de “podre” ao mesmo tempo. Os personagens não possuem nomes são simplesmente “eu”, “professor”, “esposa”, generalizando o individual, mas ao mesmo tempo criando uma prossimidade sem tamanho.

    Enfim, um livro gostoso de se ler,  enredo cativante com temas/conflitos importantes, romance envolvente e leia! (ponto final)

    domingo, 20 de março de 2011

    Literalmente Consumismo Literário

     

    Catalogo de cosméticos ou livraria?!

    Que a Avon é uma empresa de cosméticos conhecida em todo o mundo ninguém duvida, sua capacidade de se “auto vender” é indiscutível. Mas, qual minha surpresa (ohh) ao me deparar com TANTOS livros à venda em uma única campanha, em um total são 34 livros (se não errei na conta).

    Me pergunto: porque?!

    Resposta (óbvia): Lucro

    clip_image004Pouca gente vende tanto livro no Brasil como a fabricante de cosméticos. Mas porque as pessoas resolveram comprar livros de uma empresa de cosméticos? As livrarias estão escassas? Para alguém que mora em uma cidade sem livraria (sim, eu moro quase no fim do mundo) é fácil entender, você sempre conhece uma revendedora é só ir lá, marcar e ela entrega na sua casa, sem frete, sem dificuldade e sem ser necessário saber mexer na DIFÍCIL (ironia) internet.

    Os preços dos livros vendidos nos catálogos são, em média, menores que os comercializados nas livrarias. A diferença, é que para conseguir oferecer os descontos, a empresa vende livros customizados, sem orelha, com letras um pouco menores, o que diminui também o número de páginas, além de gramatura reduzida no papel da capa. O que deixa sua qualidade um pouco a desejar, mas a relação custo x benefício é diretamente proporcional.

    Analisando o “tipo” dos livros pode se perceber claramente que a grande maioria (além dos de receita) são de auto-ajuda e religioso.A auto-ajuda tornou-se uma indústria tão lucrativa que fez nascer uma espécie de linha de montagem

    Seria uma busca de apoio espiritual e sucesso? Claro!

    Mas será que um livro é capaz de “alimentar a alma”? Resolver todos os seus problemas? Seria livro ou “varinha mágica”? Demanda por “conhecimento”? Motivação? Ajuda?

    Nada contra pessoas que gostam deste tipo de “literatura”, mas não gosto, nem os que aparentam em um passe de mágicas resolver meus problemas. Alguns livros marcaram e marcam minha vida, me trouxeram e me trazem idéias que uso como “teoria” para o dia a dia, mas só eu posso resolver meus problemas. Porém, é fácil entender o sucesso que eles fazem, em um país que a qualidade do ensino nem sempre é das melhores (para não dizer que quase nunca são boas), uma parcela desse público encontra nos livros uma forma de preencher suas lacunas de formação. Afinal, é mais fácil ler algo que sugestivamente vai te ser muito útil, de linguagem fácil e barato (porque eles são baratinhos) do que ler um Machado de Assis.

    Mas quando isso irá mudar?

    Talvez já esteja mudando (ou seria muito otimismo meu pensar que está?), alguns livros à venda no catálogo são ótimos. “A menina que roubava livros”, por exemplo, é um de meus livros favoritos (1 dos 9) e esta a venda a um preço super. acessível; A série “Percy Jackson e os olimpianos”, Agatha Christie, são ótimos e também estão lá. Mas será que eles fazem sucesso?

    clip_image002Espero que a Avon e quem mais quiser comece a vender MUITOS livros. Eles nunca são de mais. Espero que nós brasileiros aprendamos a adquiri-los sem dizer: “nooossa, gastar com livro?!”. Espero ainda, que eles fiquem mais baratos e acessíveis à todas as classes sociais e (sim, eu sei que espero muita coisa) que aprendamos a gostar de LITERATURA. Será que é “esperar” muito?!

     

    Mas enfim,

    Se a Sandy faz propaganda da Devassa, Faustão pode ficar magro, Silvio Santos pobre, Dilma (“presidenta”) fazendo omelete na Ana Maria Braga para um papagaio, Tiririca no governo, porque a Avon não poderia virar livraria?

     

    Quem ama inventa as coisas a que ama...
    Talvez chegaste quando eu te sonhava.
    Então de súbito acendeu-se a chama !
    Era a brasa dormida que acordava...
    E era um revôo sobre a ruinaria,
    No ar atônito bimbalhavam sinos,
    Tangidos por uns anjos peregrinos
    Cujo dom é fazer ressurreições...
    Um ritmo divino? Oh! Simplesmente
    O palpitar de nossos corações
    Batendo juntos e festivamente,
    Ou sozinhos, num ritmo tristonho...
    Ó! meu pobre, meu grande amor distante,
    Nem sabes tu o bem que faz à gente
    Haver sonhado... e ter vivido o sonho!

    Mario Quintana

    quarta-feira, 9 de março de 2011

    Um Pretexto para falar de Clarice… R$ 20,00

     

     

    Título: de amor e amizade (Crônicas para Jovens)

    Autor: Clarice Lispector

    Número de Paginas : 136

    Editor: Rocco

     

     

     

     

    “Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.”

    Coletância de textos selecionados pelo editor Pedro Karp Vasquez, crônicas de Clarice Lispector sobre Amor e Amizade. São histórias de amizades passadas, amores de uma vida toda, relacionamentos do superficial ao do fundo da alma.

    Um livro bem diferente de seus romances, leve, de leitura rápida, a um preço acessível, diria que um livro bem despojado. Não gostei da capa (tenho que admitir), mas Clarice é Clarice.

    Sempre achei que Clarice Lispector é o tipo de autora, que ou você ama ou odeia. Impossível ter meio termo, gostar mais ou menos, se identificar mais ou mesmo. Ou você sente o que ela escreve, ou acha tudo sem sal nem açúcar.

    Não preciso nem falar que fico no grupo dos que amam Clarice Lispector, certo?

    São dela as definições e confusões mais cheias de “alma” das coisas mais simples (complexas) que existem. Quem ousaria dizer que “sou um coração batendo no mundo”? Eu só ouso copiar, e tentar entender.

    "Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de SENTIR, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca."

    Clarice Lispector

     

    Preciso dizer mais algo?!

    quarta-feira, 2 de março de 2011

    Orientação “Schopenhaureana” por R$ 14,90

     

    Título: A cura de Schopenhauer

    Autor: Irvin D. Yalom

    Editora: Ediouro

    Número de páginas: 336

    Valor: R$ 14,90

    Trecho: "Devemos encarar com tolerância toda loucura, fracasso e vício dos outros, sabendo que encaramos apenas nossa própria loucura, fracasso e vício. Pois eles são os fracassos da humanidade à qual também pertencemos e assim temos os mesmos fracassos em nós. Não devemos nos indignar com os outros por esses vícios apenas por não aparecerem em nós naquele momento."

    O livro conta a história de um terapeuta de sucesso (Julius), que ao descobrir possuir um câncer terminal vê sua vida e suas idéias balançarem, e vai em busca de descobrir algumas verdades do passado. É quando procura seu paciente mais fracassado (Philip), e percebe que este é um homem muito diferente, é quando entra Schopenhauer, na forma de uma troca de terapia e orientação filosófica, envolto a muitos “causos” do passado.

    Philip tem Schopenhauer como o seu “deus”, e seu comportamento é bastante parecidos com o do filósofo, introvertido, recluso, anti-social, se auto-isolando de todos e um passado de extrema atividade sexual. O personagem parafraseia Schopenhauer praticamente o tempo todo e diz ter sigo curado da compulsão sexual pelo filosofo (por suas idéias)

    A forma, com que o autor (genial, diga-se de passagem), intercala a vida verídica de Arthur Schopenhauer e continua a narrar à vida de seus pensonagens, onde a maioria se passar em uma terapia de grupo, é muito interessante e faz com que a leitura se torne algo compulsivo e estimulante.

    Quem foi Arthur Schopenhauer?

    clip_image002

    Filósofo Alemão do século XIX (Danzig, 22 de Fevereiro 1788 — Frankfurt, 21 de Setembro 1860) que PE conhecido pelo seu pessimismo, arrogante, derrotismo, inconformado e totalmente incompreendido, que reconhece fragilidade e a necessidade de fuga. Ele enfatizava os pontos negativos da condição humana e defendia a idéia que podemos escapar delas e nos tornar melhor, deixando de ser seres conscientes e partindo para a arte, música e atividades intelectuais. A humanidade está dividida entre uma vida de sobrevivência e reprodução, e outra do intelecto A filosofia de Schopenhauer mistura Platão, Kant, alguns hindus e “outras coisinhas mais” para criar um mundo que consegue ser atraente e deprimente: a existência é sofrimento, dor e tédio.

    Otima Leitura, seja você experte em filosofia, psicologia, psicanálise, ou meramente leiga e curiosa sobre o comportamento humano como eu.

    Como esta foi uma leitura em conjunto, nada mais justo do que expressar a segunda opinião deste “conjunto”, que pode ser encontrada em: http://artigosefemeros.blogspot.com/

    p.s.: (L) (vc sabe que é para você)

    domingo, 20 de fevereiro de 2011

    Ser Cativado por R$ 19,90

    SAM_0050(adesivo de parede) 

    “Mas a raposa voltou à sua idéia: - Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado , fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...”
    (Cap. XXI - Le Petit Prince)

    Considerado por muitos como um livro infantil “O Pequeno Príncipe” (Le Petit Prince), escrito por Antoine de Saint-Exupéry e publicado em 1943 no007s Estados Unidos, é uma fábula mais filosofica do que infantil, que encantou e vem encantando inúmeras gerações. Piloto de avião durante a Segunda Guerra Mundial, o autor se fez o narrador da história, que começa com uma aventura vivida no deserto depois de uma pane no meio do Saara. Certa manhã é acordado pelo Pequeno Príncipe, que lhe pede: "Desenha-me um carneiro"? Com essa “inquietante” pergunta se da início aos relatos das fantasias e aventuras de um pequeno príncipe, que havia deixado seu pequeno planeta (o Asteróide B 612) com seus vulcões e sua bela, vaidosa e “tagarela” e orgulhosa rosa, que se questiona sobre as coisas mais simples da vida com pureza e ingenuidade. Uma obra tão fascinante que impressiona por ter sido produzida em determinada cultura e faz tanto sucesso em locais de hábitos e crenças tão diversificados.

    Os personagens do livro vão desde um rei que pensava que todos eram seus súditos (sem nem mesmo ter ninguém por perto), um homem de negócios sério e muito ocupado (que não tinha tempo para sonhar), um acendedor de lampião (que só trabalha e não tem tempo para nada), um geógrafo que se dizia sábio (mas não sabia nada da geografia de seu próprio país), enfim inúmeras “pessoas grandes” que esquecem o verdadeiro sentido da vida até um elefante dentro de uma serpente e uma raposa que ensina ao principezinho que “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.

    Não tem como comentar algo sobre o livro sem dizer da raposa, ou melhor, sobre seus comentários sobre os homens, dizendo entre tantas coisas já se esqueceram o que é um ritual, que é aquilo que faz um dia ser diferente do outro; ou então que cativar é algo também quase sempre esquecido, e que significa criar laços. Os homens, em geral e em todo o mundo, vivem apressados e se esquecem das pequenas coisas da vida, como ter um ritual para realizar qualquer tipo de atividade, ou então não deseja perder tempo conquistando a amizade e o carinho de alguém. Ela ensina ao habitante do Asteróide B 612 o que é cativar, e como amar um ser de forma especial e única. Seria esse um dos segredos do sucesso do livro? Pois tais ensinamentos são universais e atemporais. E quem é capaz de questioná-los?

    A escrita discorre de uma maneira simples, bem planejada e principalmente crítica sobre os comportamentos humanos de forma “disfarçada” através dos comentários do pequeno sobre os habitantes dos planetas por onde ele passa (e isso é sim, ótimo!). Um detalhe a parte no livro são as aquarelas do autor, são simplesmente belíssimas.

    014 Para quem gosta de sonhos, tem saudade dos mistérios da infância, da inocência tão perdida e banalizada nos dias de hoje (sim, eu acho que a inocência esta perdida), questionamentos sobre coisas essenciais (que deveriam ser essenciais) na vida, relembrar recordações escondidas no coração (olha que coisa profunda), este é o livro perfeito para tudo isso e muito mais. Com “O pequeno príncipe” volta a se sentir o perfume das flores (que ainda resistem ao meio de tanto cinza da civilização), do brilho das estrelas (sabia que elas ainda existem?! Mesmo a poluição tentando te convencer do contrario), ouvir as folhas batendo com o vento. Uma leitura inesquecível para qualquer idade, onde as magias das coisas simples tocam os corações (Owh)

    Enfim, em uma época de "crepúsculos” da vida (desculpa, mas eu não gosto) e outros vampiros e personagens fajutos é bom descobrir que um livro tão encantador permanece sendo vendido e lido por gerações e pessoas de várias idades, raças e aquele bla bla bla todo, que sua nostalgia continua sendo sucesso, é um sinal que a literatura, ou melhor que o “gosto” de leitura da civilização ainda tem esperança. O mundo não esta perdido minha gente! \o/

    E por fim, a despedida…

    domingo, 13 de fevereiro de 2011

    Uma obra Admirável - Valor: minutos de Download

    (para alguém essa foto parece familiar?!)
    Título: Admirável Mundo novo
    Editora: Globo
    Autor: ALDOUS HUXLEY
    Número de páginas: 398 
    Valor:  +/- R$ 17,90
    Trecho:  "- Livraram-se deles. Sim, é bem o modo dos senhores procederem. Livrar-se de tudo que é desagradável, em vez de aprender a suportá-lo. Se é mais nobre para a alma sofrer os golpes de funda e as flechas da fortuna adversa, ou pegar em armas contra um oceano de desgraças e, fazendo-lhes frente, destruí-las... Mas os senhores não fazem nem uma coisa nem outra. Não sofrem e não enfrentam. Suprimem, simplesmente, as pedras e as flechas. É fácil de mais."

    Eis um livro que posso dizer que não custou nada além do alguns minutos de download, por motivos de urgência (culpa de certa pessoa) li o livro em formato pdf, mas te digo que vale a pena compra-lo, pois além de ter um preço acessível é um livro fantástico e iniqualável.
    Lançado em 1932 pelo escritor inglês Aldous Leonard Huxley “Admirável mundo novo” é uma fábula futurista,  onde se tem uma visão do futuro bem diferente do presente (ou não), onde tudo é controlado pela ciência, mentes são manipuladas, o livre arbítrio não existe, extremamente organizado e tudo em prol de uma aparente “perfeição” da sociedade

    .Sinopse: Ano 634 d.F. (depois de Ford). O Estado científico totalitário zela por todos. Nascidos de proveta, os seres humanos (pré-condicionados) têm comportamentos (pré-estabelecidos) e ocupam lugares (pré-determinados) na sociedade: os alfa no topo da pirâmide, os ípsilons na base. A droga soma é universalmente distribuída em doses convenientes para os usuários. Família, monogamia, privacidade e pensamento criativo constituem crime. Os conceitos de "pai" e "mãe" são meramente históricos. Relacionamentos emocionais intensos ou prolongados são proibidos e considerados anormais. A promiscuidade é moralmente obrigatória e a higiene, um valor supremo. Não existe paixão nem religião. Mas Bernard Marx tem uma infelicidade doentia: acalentando um desejo não natural por solidão, não vendo mais graça nos prazeres infinitos da promiscuidade compulsória, Bernard quer se libertar. Uma visita a um dos poucos remanescentes da Reserva Selvagem, onde a vida antiga, imperfeita, subsiste, pode ser um caminho para curá-lo.

    Seria um livro futurista???
    Pois para mim se parece absurdamente real!

     Ler “Admirável mundo novo” foi como um soco na consciência, pois fui apresentada a uma “sociedade futura” que  pararando para pensar um pouco se parece com a nossa (até demais para meu gosto). Ou vai falar que não vivemos em uma sociedade extremamente consumista? Que nossos romances não são duradouros? Privacidade e pensamento criativo não são crimes (ainda), mas que são difíceis isso você tem que concordar. Afinal de contas, porque pensar se o Estado faz isso por você e todo o resto? (Dilma ia gostar) O Estado precisa do seu trabalho e divide as classes para isso, não se mistura com qualquer um e como não ser feliz em um sistema em que só temos que ser obedientes e receber porções de ração e drogas que nos deixam felizes? INCRÍVEL! (ironia). Ele garante seu bem-estar, sua saúde, sua paz, ninguém fica velho, não existem discutas amorosas (todos podem ter todos) e etc etc. Só que tudo isso tem um preço, e custa sua felicidade, sua verdade, sua vida individual. Será que é cobrar muito?
    E por fala em ironia, eis uma coisa que não falta no livro, se você como eu adora uma boa e inteligente ironia este é um prato feito.
    Algo que achei imensamente interessante foi à forma com que se é citado trechos de Shakespeare e outros autores que se encaixam de uma maneira perfeita na historia. Genial! A teoria da civilização futura é que isso tudo é velho e por isso proibido e desconhecido. Em pleno século XXI pode não ser proibido, mas será que é conhecido, tanto quanto deveria ser por sua grandiosidade?

    O livro serve de reflexão sobre a forma com que encaramos nossas vidas (longe de ser auto ajuda). Somos seres humanos nos aproximando de parecer máquinas? As nossas escolhas e nosso raciocínio crítico não estão sendo tirado dia após dia?  Será que a “soma” (uma droga que no livro serve como doses de felicidade, de controle) não pode ser comparada atualmente com o álcool, a maconha. As semelhanças são muitas. Os valores já não são mais os mesmos, a verdade e a liberdade foram trocadas por estabilidade social, bem do coletivo e ausência de tudo que teria potencial para trazer infelicidade: guerras, doenças, ódio e paixão, envelhecimento, pesar da morte, etc.

    Se lhe fosse dada a escolha, o que você optaria: nossa sociedade, cheia de defeitos, injustiças, e tudo mais que há de ruim, ou uma sociedade planejada, voltada para o bem estar geral da nação onde o todo é o que importa, e as particularidades são suprimidas? A vida é feita de escolhas e cada escolha é uma renúncia. Não é uma luta do bem contra o mal, mas de escolher entre coisas que parecem se equivaler: o que vale mais, uma sociedade livre, mas instável, com guerras e conflitos, ou a ausência de liberdade, a morte do livre arbítrio, da vontade, ou a paz, a saúde, a estabilidade, o prazer, a "felicidade”? Afinal de contas, hoje sabemos que a Terra é redonda, temos acesso à cultura (que muitas vezes desperdiçamos), temos o livre arbítrio para estudar e trabalhar com o que queremos (quando a possibilidade existe), mas e a felicidade? Somos felizes?

    Já dizia  Rousseau: “o homem é bom, a sociedade os corrompe” Seria a solução uma socidade perfeita? Fazendo com que todos se tornem iguais?

    Enfim, troque o soma pelo crack, pela novela, pela bebida, ou por qualquer outra coisa que te faça esquecer sua vida medíocre, veja pessoas discursando que a família tradicional não tem tanta importância, observe o quanto o estado dita cada vez mais como “pequenas pessoas’ serão educados. O quanto valorizamos estupidamente o trabalho, como se fosse um valor em si, não um meio para obtermos nosso sustento, o quanto as pessoas cada vez mais perdem a própria opinião e seguem aquilo que os meios de comunicação dizem. Será que o mundo novo já não chegou?
    A escolha é nossa! De acreditar ou não no que vemos, nos que nos falam e no que somos a todo o momento estimulados e impulsionados a acreditar.
    "Queremos saber,

    Queremos viver
    Confiantes no futuro

    Por isso se faz necessário prever

    Qual o itinerário da ilusão

    A ilusão do poder

    Pois se foi permitido ao homem

    Tantas coisas conhecer

    É melhor que todos saibam

    O que pode acontecer"


    Gilberto Gil

    Agradecimento especial ao Sr. Marlo Renan que me sugeriu o livro e que me atura como se isso fosse a coisa mais fácil do mundo.