sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Teorias e Arrependimentos (ou não) por R$ 16,00


Título: Crime e Castigo
Autor: Fiódor  Dostoiévski
Editora: Martin Claret
Número de Paginas : 553


"Oh! Que desmancha-prazeres! Os princípios! Tu te moves por princípios, como se fossem molas, não te atreves a atuar livremente; para mim o fundamental é que o homem seja bom. E, francamente, reparando bem, em todas as classes não há muitas pessoas boas."
Porque começar com “Crime e Castigo?
Primeiro porque é um clássico, seu autor é “foda”, e porque eu gosto e quero começar com ele (só isso já basta). Segundo porque falando em “consumismo”, este é um livro com excelente custo benefício! Um grande romance, uma obra prima, de um excelente autor com personagens inesquecíveis e o melhor por R$ 16,00!! \o/ (será que essa mania de usar carinhas é contagiante?!)
Se você não sabe quem é Dostoiévski vou te dizer que ele foi (e sempre será) um dos maiores escritores russos (se quiser saber mais pergunte ao Google) que faz você simplesmente se sentir cúmplice de seus crimes e que sabe como ninguém “cutucar”, remexer no que pode existir de mais baixo e nobre, ordinário e extraordinário em um ser humano; explorar em linhas a autodestruição, humilhação, assassinato, loucura, e o psicológico de seus personagens. Ele, melhor do que ninguém parece conhecer o comportamento humano.
O romance Crime e Castigo foi publicado em 1866, se passa em São Petesburgo, seu personagem principal Rodion Romanovitch Raskolnikov (é esse o nome mesmo) é um jovem ex-estudante, inteligente, que tem como teoria de que os homens se dividem em dois grupos: extraordinários e vulgares, os primeiros estariam livres de qualquer regra moral, decidiriam o rumo da civilização, já os vulgares seriam as pessoas normais que obedeceriam aos extraordinário, e usa isso para justificar atrocidades em pró de algo maior, em que pessoas extraordinárias (ele) trariam um benefício à sociedade se cometessem o homicídio de uma pessoa ordinária. Com essa idéia ele planeja e executa a morte de uma velha que vive da exploração de pessoas com suas atividades de agiota e de sua irmã, que surge na hora errada, e como sendo testemunha do crime é morta também.
 A partir de então, a consciência de Raskólnoikov passa a atormentá-lo, ele isola-se do mundo e começa a ver sua teoria como fracassada, já que não suporta o peso de suas dúvidas interiores, sente desabar sua crença de que poderia passar por cima dos valores de sua consciência, romper limites, de provar que pertence a uma classe de grandes homens, enfim, de uma classe "extraordinária". E é ai que se encontra o melhor do livro (em minha humilde opinião) a investigação da condição humana, o limite do racional, e a idéia de que para todo crime há um castigo e uma culpa.
Se existe uma personagem que mexe com Raskólnoikov é Sônia, moça pobre e humilde que vira prostituta obrigada pela sua madrasta para alimentar os irmãos e sustentar o vício do pai. Ela é a grande responsável pela “mudança” do assassino e o ponto final de suas teorias “malignas”, é para ela que o crime é confessado e é o amor dela (ohhhh) que faz ele suportar o “castigo” e sua pena na Sibéria.

É com tudo isso e muito mais que Raskolnikov é um dos meus personagens prediletos. Por ter um ótimo nome, ser um anti-herói complexo, bipolar, e que tem duelos mentais fascinantes.


Nós somos a soma de nossas decisões.

Um comentário:

  1. Olá Gleici, gostei do seu texto comentado o livro de Dostoiévski, confesso que só li dele frações esporádicas, nenhum livro, mas vou colocar na minha lista de futuras leituras.

    Parabéns pelo blog,vou colocar como link no meu para sempre acompanhar suas postagens.

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