domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ser Cativado por R$ 19,90

SAM_0050(adesivo de parede) 

“Mas a raposa voltou à sua idéia: - Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado , fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...”
(Cap. XXI - Le Petit Prince)

Considerado por muitos como um livro infantil “O Pequeno Príncipe” (Le Petit Prince), escrito por Antoine de Saint-Exupéry e publicado em 1943 no007s Estados Unidos, é uma fábula mais filosofica do que infantil, que encantou e vem encantando inúmeras gerações. Piloto de avião durante a Segunda Guerra Mundial, o autor se fez o narrador da história, que começa com uma aventura vivida no deserto depois de uma pane no meio do Saara. Certa manhã é acordado pelo Pequeno Príncipe, que lhe pede: "Desenha-me um carneiro"? Com essa “inquietante” pergunta se da início aos relatos das fantasias e aventuras de um pequeno príncipe, que havia deixado seu pequeno planeta (o Asteróide B 612) com seus vulcões e sua bela, vaidosa e “tagarela” e orgulhosa rosa, que se questiona sobre as coisas mais simples da vida com pureza e ingenuidade. Uma obra tão fascinante que impressiona por ter sido produzida em determinada cultura e faz tanto sucesso em locais de hábitos e crenças tão diversificados.

Os personagens do livro vão desde um rei que pensava que todos eram seus súditos (sem nem mesmo ter ninguém por perto), um homem de negócios sério e muito ocupado (que não tinha tempo para sonhar), um acendedor de lampião (que só trabalha e não tem tempo para nada), um geógrafo que se dizia sábio (mas não sabia nada da geografia de seu próprio país), enfim inúmeras “pessoas grandes” que esquecem o verdadeiro sentido da vida até um elefante dentro de uma serpente e uma raposa que ensina ao principezinho que “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.

Não tem como comentar algo sobre o livro sem dizer da raposa, ou melhor, sobre seus comentários sobre os homens, dizendo entre tantas coisas já se esqueceram o que é um ritual, que é aquilo que faz um dia ser diferente do outro; ou então que cativar é algo também quase sempre esquecido, e que significa criar laços. Os homens, em geral e em todo o mundo, vivem apressados e se esquecem das pequenas coisas da vida, como ter um ritual para realizar qualquer tipo de atividade, ou então não deseja perder tempo conquistando a amizade e o carinho de alguém. Ela ensina ao habitante do Asteróide B 612 o que é cativar, e como amar um ser de forma especial e única. Seria esse um dos segredos do sucesso do livro? Pois tais ensinamentos são universais e atemporais. E quem é capaz de questioná-los?

A escrita discorre de uma maneira simples, bem planejada e principalmente crítica sobre os comportamentos humanos de forma “disfarçada” através dos comentários do pequeno sobre os habitantes dos planetas por onde ele passa (e isso é sim, ótimo!). Um detalhe a parte no livro são as aquarelas do autor, são simplesmente belíssimas.

014 Para quem gosta de sonhos, tem saudade dos mistérios da infância, da inocência tão perdida e banalizada nos dias de hoje (sim, eu acho que a inocência esta perdida), questionamentos sobre coisas essenciais (que deveriam ser essenciais) na vida, relembrar recordações escondidas no coração (olha que coisa profunda), este é o livro perfeito para tudo isso e muito mais. Com “O pequeno príncipe” volta a se sentir o perfume das flores (que ainda resistem ao meio de tanto cinza da civilização), do brilho das estrelas (sabia que elas ainda existem?! Mesmo a poluição tentando te convencer do contrario), ouvir as folhas batendo com o vento. Uma leitura inesquecível para qualquer idade, onde as magias das coisas simples tocam os corações (Owh)

Enfim, em uma época de "crepúsculos” da vida (desculpa, mas eu não gosto) e outros vampiros e personagens fajutos é bom descobrir que um livro tão encantador permanece sendo vendido e lido por gerações e pessoas de várias idades, raças e aquele bla bla bla todo, que sua nostalgia continua sendo sucesso, é um sinal que a literatura, ou melhor que o “gosto” de leitura da civilização ainda tem esperança. O mundo não esta perdido minha gente! \o/

E por fim, a despedida…

3 comentários:

  1. Adorei o post! :D
    Adorei o título, adorei a sua escrita, adorei o vídeo, adorei as fotos... adorei tudo! :)

    O Pequeno Príncipe merece, sim, ser passado de geração pra geração. E o autor é uma pessoa fantástica. No livro que eu li dele, ele diz que comprou um escravo só para libertá-lo... A pessoa que ele era transparece nessa obra infantil.

    Beijo, coisinha minha! :**

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  2. Oii, olha lá no Blog a foto da sua estante.
    Bjão
    http://balaiodelivros.blogspot.com/2011/02/fotos-de-estantes-alheias.html

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  3. Sem delongas sobre O Pequeno Príncipe, afinal é simples e profundo. Lendo-se em cada época da vida, o seu entendimento faz com que veja o "Pequeno Príncipe" em cada um de nós.

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